terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu

Eu, 32 anos, solteira. Não me lembro direito como foi a ultima paixão que tive, lembro que foi um namorado, quando eu tinha 15 anos, faz tempo, desde então, não namorei mais ninguém, tentei varias vezes, mas isso depois de alguns dias de intimidade acabou, percebi que não me adaptava mais a outra pessoa. Não era mais necessário a presença de outro na minha vida. Me tornei auto suficiente. Isso aconteceu depois da ultima pessoa que eu realmente amei, depois da ultima decepção que tive, o meu mundo, os meus olhos para o amor mudaram; era apenas uma menina, com aquela pouca idade não sabia ao certo onde estava me metendo, não sabia o quão dura seria minha vida sem aquilo depois, todos esses anos passei buscando o que me pediram há 17 anos, independência. Me procuro no passado, tento achar algo que me valorize agora e me pergunto, por que me tornei tão fria assim? Como aquela pessoa que dizia viver comigo o resto da vida, pode me deixar? Pode me deixar de uma forma tão cruel e grotesca. Não me arrependo de ter me tornado isso que sou, não me arrependo de ter aberto mão a alguns sentimentos que te trouxeram de volta em minha vida, algumas musicas, cheiros, sensações, e lugares. Não me arrependo, não preciso nessa altura da decepção te trazer de volta como amigo, muito menos como herói por ter me feito enxergar o que na época era bom pra mim, como você mesmo disse “você vai me agradecer”, não, não te agradeço.

Você era o único que eu queria bem, o único que me importei sinceramente, o único que me faria ajoelhar. Eu te amava, eu daria minha vida por ti, entendo realmente o que queria pra mim, simplesmente quis arranjar qualquer argumento, pra me deixar sem se ferir. Hoje me sinto acabada, nada mais me motiva alem do meu trabalho por sustento, acordar todo dia de manhã, saio pra trabalhar, pegar esse transito dos infernos, depois logo no se por do sol volto pra casa, ligo a tv, faço qualquer coisa na cozinha e depois durmo, pra no dia seguinte acontecer tudo novamente, me fechando em rotina.

Não agüento mais essa vida, os poucos amigos que tenho, não tem tempo, todos tem um amor pra cuidar nas horas vagas, todos tem uma família para sustentar, um passei com as crianças, um jantar com o namorado.

Realmente não te agradeço, me tornei auto suficiente de mim, me coloquei inteiramente em minha vida, nenhum outro me consome, quando me prova, nenhum gosta do meu gosto, e hoje ponho a culpa em você, que me pediu a anos para ser independente, tanto que nem preciso mais de amigos como disse, não me importa mais a vida com outras pessoas, eu me sustento sozinha. Claro que as vezes, muito de vez enquanto eu penso como seria bom, poder ter alguém, mesmo um amigo se quer... mas logo me volta a vontade de viver nua dos outros, logo me volta a vontade de te provar enfim, que me tornei independente.

Um comentário:

Tem um choro de colo que é guardado, todo seu. Um pedido, perdido, desculpa esquecida, arrependimento acomodado, lavado de choro, empurra...