sexta-feira, 30 de julho de 2010

Não estou.

Hoje eu não sou risada, nem dança, nem musica.

Recebi um convite, “passa comigo essa noite, vamos dançar...” se não fosse o porre de ontem, e a dor de cabeça hoje, faria um porre de hoje e a dor de amanhã. Iria dançar.

Colocaria o vestido mais bonito, o mais confortável, hoje valeria a pena... Mas tive que recusar. Preferi ir a uma peça, algo um pouco mais calmo, ficarei sentada ao menos;

não tenho idéia se é humor, tragédia, não faço questão de rir ou chorar... na verdade ultimamente sinto só vontade de escrever, e dormir. Assim parece que o tempo passa rápido, voa. As coisas por aqui andam meio sem sentido, andam em círculos, viram do avesso e fazem um verso. As pessoas por aqui cansam, e descansam de mim, vão embora e esperam. A única coisa parada é a arvore que esta lá fora, pois aqui hoje não tem vento, muito menos sol, diria que o clima está meio morno. A noite chega, e a alma começa chorar, chora pra poder dormir, dormir por se cansar.

Meu menino, Passarinho.

Peguei aquele passarinho pra cuidar um pouco depois de ter sido jogado no lixo, coitadinho, eram tantas as cicatrizes, os traumas ocorridos ao pobre bichinho, jurei para mim mesma que nada de mal haveria novamente aquele ser. Os dias foram se passando, e parecia que a alegria novamente tomava conta daquele corpo tão desprotegido, o meu passarinho voltou a cantar, cantava o dia inteiro, às vezes no meio da madrugada lá pra umas quatro da manhã escutava o bichinho chorar, no começo era assim quase todo dia, as vezes quando eu saia de casa ele ficava perdido, parecia que pensava “onde ela vai? Será que vai voltar?” mas claro, eu sempre voltava. Passaram meses, e o meu passarinho já estava mais calmo, havia percebido que eu sempre voltava, sempre voltava para o alimentar, te dava amor, carinho. Chegou um dia, um dia muito triste, tive que sair da minha casa, teria que tirar o passarinho da minha vida, ia para um lugar onde não aceitavam animais, oh Deus, que tarefa difícil me desprender do menino, já era parte da minha família... Mas não podia, não podia ter-lo preso a uma mentira, aquele lugar, era preciso que eu estivesse sozinha, sei que seu canto era só pra dizer que me amava, mas infelizmente, ele cantava demais.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Último - 27/07/2010

É como se ele soubesse que aquele foi o ultimo beijo, o ultimo toque, aperto de mão. Com o tempo as palavras “eu te amo” foram se perdendo, como o tempo se perde da gente, como um menino pode se perder. A saudade cessou, a angustia tomou conta, o desejo mornou, pedindo que tudo fosse rápido. O sentimento sente frio, mesmo no extremo calor que há lá fora e o abismo enfim separou os dois que fariam historia.

Tem um choro de colo que é guardado, todo seu. Um pedido, perdido, desculpa esquecida, arrependimento acomodado, lavado de choro, empurra...