Tem um choro de colo que é guardado, todo seu.
Um pedido, perdido, desculpa esquecida,
arrependimento acomodado, lavado de choro,
empurrado pelos olhos, expurgado para fora do corpo,
expulso, no sentido de ir embora, vai embora,
despejado no ritmo-panela-de-pressão,
extinto barulho alto, desesperado, amaldiçoado em pensamento,
cabeça que explode, estoura, corpo em pé,
feito a pomba, coitada, esquecida, vitima, largada,
colocada delicadamente na caixa de papelão,
na rua pela mão de um homem, um, dois, três, cem,
somos todos culpados, todos responsáveis .
Pelo choro guardado eu sou uma pomba.
Eu não, eu sou uma atriz. Uma tentativa de voo,
de pomba. Eu sou uma pomba.