segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ninguém vive do Passado

Uma cena de filme...

Está quente.

Uma única mão pra ajudar, e duas pedindo socorro.

O amor passado de uma vida e o possível futuro feliz.

O risco de um estupro.

Quem escolher?

A cena fica lenta...

O homem escolhe o futuro...

...o passado chora.

Foco no passado.

No ritmo do estupro o olhar é triste.

O olho abre e fecha a cada vez que o estuprador...

Mete, mete em tudo o que se pode meter em sua vida.

O homem não tinha escolha, ou era uma ou outra.

Acaricia o presente com medo de o perder.

Olha para o passado com dó, mas não luta para mudar...

Já não vale mais a pena correr atrás.

Aconteceu.

O passado olha os carinhos para o futuro.

O estupro já não é nada comparado a decepção que demonstra no olhar...

Já nem chora.

Dói... mas não se sabe o que.

O estuprador some.

O homem não se arrepende, mas de alguma forma tenta consolar...

O passado vira as costas...

Vai embora.

Com a face louca.

Já não há o que pensar...

Silêncio.

O homem levanta, abraça o futuro e segue em frente...

Como se nada tivesse acontecido.




domingo, 22 de janeiro de 2012

Um Grito ao Silêncio

Um grito ao desespero dos desabrigados
Um grito a Deus que com a terra não a de convir
Um grito as farpas do nosso caminho
Um grito ao peito que não cobre as costas
Um grito a mão que a aconselha
Um grito aos joelhos que imploram
Um grito as religiões, todas ateias
Um grito ao mundo que precisa escutar
Um grito ao políticos, filhos da puta
Um grito a polícia, ao exército e ao ladrão
Um grito ao machismo
Um grito de revolução
Um grito de esperança as mulheres para não terem mais que gritar
Um grito aos que tem tudo
Um grito aos que não tem nada
Um grito as risadas exageradas que são gritos
Um grito a fome de gritar
Um grito ao tempo que custa a passar
Um grito ao que ficou pra trás
Um grito pra receber o que está por vir
Um grito ao sentimento que trasborda o peito e escorre pela garganta
Um grito a alma que sai pelos olhos
Um grito pra aliviar
Um grito pra dissimular
Um grito pra pedir perdão
Um grito de arrependimento
Um grito pra te ter na mão
Um grito que me falta o ar
Um grito de desejo
Um grito pra dizer não
Um grito pra assustar
Um grito pra se acalmar
Um grito ao medo de gritar
Um grito pra escrever
Um grito de quem não pode calar
Um grito para nunca parar
Um grito pra não gritar.


Ainda faltam gritos.





quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Siris


Sirius, é a estrela mais brilhante no céu noturno, com uma magnitude aparente, localizada na constelação de Canis Major. Pode ser vista a partir de qualquer ponto na Terra, sendo que, no Hemisfério Norte faz parte do Hexágono do Inverno.
Uma das estrelas mais próximas do nosso planete. A sua estrela vizinha mais próxima é Procyon.

Do ponto de vista histórico, Sirius sempre foi o centro das atenções, fruto de um significado muito especial dado pelas mais diversas culturas.

Para: Procyon.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pula o verso pra sair do Avesso

A vontade de ir embora era só vontade de ficar comprimida.
Esse desejo de troca, foi consequência de te amar pelo avesso.
Não percebe?

E a nossa falta.... A sua falta, já não te importa? Me incomoda! Bosta.
Eu não preciso de alguém que me proteja todo tempo
Mas preciso saber que tenho alguém que me projete a qualquer hora.

As palavras doem, e o coração acelera em modo de espera
Um ritmo frenético que aperta, e aperta e aperta e aperta. E para.
Um silencio brando, cobre o peito e se perde no espaço.... Calma.

Ping, ping, ping.

A tempestade se fez... O céu já não é mais azul.
A nuvem escura e ao mesmo tempo clara de chuva cobriu o sol...
Só por que ele brilhava.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Dia

E as vezes me vem uma vontade de ler
de ver algo engraçado na tv
de colocar uma musica nova e dançar
de sair pulando sem parar....

E as vezes me da vontade de sentir
sentir só mais um pouquinho de alegria
pra mostrar pra esse corpo tão esquecido
que aqui na terra, pertenço a vida.

E as vezes da vontade de esperar
esperar pra ver o sol nascer,
depois vê-lo repousar
e com frio, no breu ficar.

E as vezes da vontade de esquecer
esquecer as marcas de lágrima no chão
peço a ele que sugue dali
qualquer motivo que me magoe por ti. 

E as vezes da vontade de viver.
Mas é só as vezes que consigo seguir
Outras tantas tento me aquecer, 
pra uma nova história brotar aqui.




segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Foi no tempo de Abóbora

Vai meu bem, que a tua estrada é no sólido
O seu fim já tem saída, e brilha. É o sol.

Vai meu bem, que aqui já não te pertence
O teu tesouro é bem menor.

Vai meu bem, que agora passou a hora
E o lábio já secou, o sorriso está murchando.

Vai meu bem, que o sentido se desfez
Do norte fez-se o sul e o sol já não se poe mais no oeste.

Vai meu bem, que agora o tempo é meu
Sou senhora toda dele, de sobrenome indefinido.

Vai meu bem, que chegou a hora de aprender
No outono se plantou e agora a flor vai crescer.

Vai meu bem, vai meu bem, vai-te embora.
A ampulheta se esgotou e já é tempo de abóbora.





O Analfabeto Político


O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Dos exploradores do povo.
Bertolt Brecht.

Tem um choro de colo que é guardado, todo seu. Um pedido, perdido, desculpa esquecida, arrependimento acomodado, lavado de choro, empurra...