sábado, 23 de julho de 2011

(Como se fosse um depoimento)

Gostaria que meu corpo fosse feito de areia.
Arei, o vento passa e leva as marcas...
Corpo, o vento passa e provoca o frio.
Quando eu cai daquele cavalo,
a primeira coisa que me veio a cabeça foi:
mais uma ferida eterna.
Resolvi cavalgar aquele dia pra esquecer.
Isso sempre me ajudou.
Mas é apenas uma coisa boba de momento,
não adianta querer fugir.
Há marcas em meu corpo que tem o seu nome.
Essa por exemplo (mostra o furo da orelha) eu fiz com você.
Essa (mostra a cicatriz no braço), eu fiz por você.
Já essa (poe a mão no peito e respira fundo) eu fiz por mim,
quando te entreguei meu corpo.
Algumas o tempo escode... outras já não é questão de tempo.




2 comentários:

  1. Muito bom! É como fazer parte da sua vida por um instante, compartilhar vívida e intensamente e depois voltar a realidade. Bem interessante...

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