segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Enquanto o corpo vaza

É tudo o que sinto e o que vejo!
Oh corpo que parece não mais aguentar
quanta raiva encubada, 
desprenda-me de ti.

Minha poesia já não serve.
De mim, não tiram rima. Sofro.
Danço solo no espelho,
no reflexo me contemplo, só.
Me falta opção.

O beijo e o abraço não dado
são vazios, o "tudo bem?" 
depois de dar uns passos
também.

Ai de mim, com tanto a oferecer
encontrei justo você,
que com tanto lugar a preencher
na hora de responder, foi embora.

E dos males o problema.
Qual passa mais rápido?
O que inventa ou o que deveras sente?

Sei lá, resposta de todas as horas
Pensa! (ou tenta) 
Que há de errado em algo funcionar...

Não insisto, não permito (repito)
tento me escutar. 
Se consigo: alívio;
Se desisto: (c) alma.

  Não que eu deva ou queira
mas no final do poema,
vazo, mudo.








Um comentário:

Tem um choro de colo que é guardado, todo seu. Um pedido, perdido, desculpa esquecida, arrependimento acomodado, lavado de choro, empurra...