É tudo o que sinto e o que vejo!
Oh corpo que parece não mais aguentar
quanta raiva encubada,
desprenda-me de ti.
Minha poesia já não serve.
De mim, não tiram rima. Sofro.
Danço solo no espelho,
no reflexo me contemplo, só.
Me falta opção.
O beijo e o abraço não dado
são vazios, o "tudo bem?"
depois de dar uns passos
também.
Ai de mim, com tanto a oferecer
encontrei justo você,
que com tanto lugar a preencher
na hora de responder, foi embora.
E dos males o problema.
Qual passa mais rápido?
O que inventa ou o que deveras sente?
Sei lá, resposta de todas as horas
Pensa! (ou tenta)
Que há de errado em algo funcionar...
Não insisto, não permito (repito)
tento me escutar.
Se consigo: alívio;
Se desisto: (c) alma.
Não que eu deva ou queira
mas no final do poema,
vazo, mudo.
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