Evitar a amoreira é praticamente inevitável.
É olhar para o portão e não ver você chegar.
é pensar no futuro quando esse lar eu deixar
e tentar dizer adeus, pra terra em que foi enterrada.
Vinda dela, de volta nela.
É pisar na grama em que um dia dormiu
e pensar que foi nela que dormiu para sempre.
é pensar que das minha janela já não vou te chamar
é de cortar o coração quando corto o cambará
É olhar pra trás e ver o dia de chuva que do bueiro te tirei
é lembrar da escolha, ou a menina ou a mãe
é lembrar dos seus primeiros momentos de vida
e tentar esquecer seus últimos momentos de morte
É desvencilhar-me dos seus nomes
das suas partes
dos olhares
É tentar chegar em casa, e toda vez logo de cara não sentir sua falta
é virar rotina até lembrar que nesse jardim não tem mais vida
e definir os tons de cinza
É difícil lembrar do gosto da amora,
meu amor.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
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