sexta-feira, 30 de julho de 2010

Meu menino, Passarinho.

Peguei aquele passarinho pra cuidar um pouco depois de ter sido jogado no lixo, coitadinho, eram tantas as cicatrizes, os traumas ocorridos ao pobre bichinho, jurei para mim mesma que nada de mal haveria novamente aquele ser. Os dias foram se passando, e parecia que a alegria novamente tomava conta daquele corpo tão desprotegido, o meu passarinho voltou a cantar, cantava o dia inteiro, às vezes no meio da madrugada lá pra umas quatro da manhã escutava o bichinho chorar, no começo era assim quase todo dia, as vezes quando eu saia de casa ele ficava perdido, parecia que pensava “onde ela vai? Será que vai voltar?” mas claro, eu sempre voltava. Passaram meses, e o meu passarinho já estava mais calmo, havia percebido que eu sempre voltava, sempre voltava para o alimentar, te dava amor, carinho. Chegou um dia, um dia muito triste, tive que sair da minha casa, teria que tirar o passarinho da minha vida, ia para um lugar onde não aceitavam animais, oh Deus, que tarefa difícil me desprender do menino, já era parte da minha família... Mas não podia, não podia ter-lo preso a uma mentira, aquele lugar, era preciso que eu estivesse sozinha, sei que seu canto era só pra dizer que me amava, mas infelizmente, ele cantava demais.

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Tem um choro de colo que é guardado, todo seu. Um pedido, perdido, desculpa esquecida, arrependimento acomodado, lavado de choro, empurra...